ANÔMALO
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De tanta intensa sede as bocas secam
À volta o mar que torna a alma louca
Tal água no deserto - dessedento
Árido pensamento
E o vôo a alma tenta (e plana)
Ignorando o abismo sonha - e leve voa
Há um mar que afoga o sonho insidioso
No despertar tardio dos aflitos
O desespero espouca e ruge um grito
Vertigem - pesadelo
Delírio surreal fantasioso
O último suspiro foi selvagem
Insano zelo
Dum nauta - degredado - sorrupio
Belicoso e esquisito
Paisagens que passaram - degelaram num instante
Olhares desprezaram - se esfriaram num instante
Momentos que lembrados brotam - extravio
Ponteiros de relógio - tempo fixo
Devaneios - deboche
Poema sem ser luz e nem ter sorte
De certa forma esguio
Jogar palavras fora como um lixo
É um prazer - provoca um arrepio
Mas se comporte...
0706241523
"A mente e o fetiche de poemar...
A tentativa de parar de escrever alimenta o vício em continuar a escrever."
FIM - PAUSA
TALVEZ HOJE
AMANHÃ DESERDO
DESERTO E AS PALAVRAS BROTAM
COMO NUM POEMA INCERTO
E NASCEM AS ASAS...
PLUMA QUENTE E CAUDALOSA
NÃO ACERTO...