HOJE
A morte apenas imagina-me
Como num sonho distorcido
Visões de bruma noturna
Sedenta
Iracunda
Persegue e atravessa a fumaça
A morte apenas deseja-me
Taciturna
Desconfiada
Algoz temporária
Ceifadora de destinos
De foice enviesada
Trabalhadora incansável
Atravesso pela vida
Vivo
Vívido tema
E temo
E cada segundo é um grão da morte
Se recompondo ante a matéria
No início sem força ou pretensão
No depois a transubstanciação
Traga as novas do amanhã
O dia em que apenas poderei dizer que foi ontem
E toda vida é vivida no ontem
Porque hoje morremos todos
E cada dia que passa é só hoje
E nada mais.
2905240845
"O amanhã a Deus pertence, não a nós..."