O HINO (um salmo à Criação)

"...De Ti nasce a vontade que tudo governa;

o poder e a força viva da ação; a melodia

que tudo embeleza e de idade a idade

tudo renova." (da Oração do Senhor)

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No princípio era o Verbo

E o verbo se fez canto

E o canto se fez verso

E o verso se fez Luz.

No princípio era um Hino

Murmúrio de tambores

Roçar de violinos

Um som de shofar abrindo...

Abrindo o espaço sideral!

Pífaros em segredos...

Suaves trombetas...

Uma orquestra nas mãos do Maestro

Uma orquestra que buscava

as entranhas do caos!

Era um Hino... No princípio

Era um poema...

Eram versos no retinir dos metais

que casavam com estrondos de

tambores

que casavam com violinos divinos

que casavam com trovões e

relâmpagos

que lutavam com tempestades e

vulcões

que abriam fendas nos profundos

vales e nas rochas gigantes

e feriam montanhas

e explodiam tambores imensos!

... E era o caos!

E eram as vozes de todos os

Arcanjos que cantavam

com as Estrelas.

Era um Hino...

era uma batalha de sons

que cresciam

que cresciam

que cresciam

e que explodiam numa música

divina

que gerava

que gerava

que gerava

outros versos

outras músicas

outras vidas

outros anjos

outras variações de universos.

... E dobraram sinos

nas torres celestes!

Era a sinfonia

e o ritmo fervia

no rufar dos montes

no galope dos ventos

nos cavalos alados dos Serafins!

Nas cornetas gigantes...

Nas trombetas troantes...

(...)

Então...

Os elementos se cansaram...

E acalmaram-se os ventos

E quedaram-se os montes

E os abismos famintos tragaram as

chamas do corpo do caos.

...E a orquestra, domada, dobrou-se

à ordem da Grande Harmonia.

Pífaros serenos...

Harpas suaves...

Vozes pacíficas

nos templos de Orion.

Aos poucos, lentamente,

ao findar do Hino

ao findar de um Tempo,

uma esfera criança

vestidas de águas, vestida de azul,

surgiu pequenina nas mãos do

Maestro.

(...)

E o verbo viajou

no segredo dos tempos,

na dança dos ventos,

num cavalo de nuvens

para criar mais vidas

e cuidar da Vida

...e fazer mais versos

com as mãos de um poeta.

S.G.V. (26/05/2005)

Sidnei Garcia Vilches
Enviado por Sidnei Garcia Vilches em 30/05/2024
Código do texto: T8074882
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