DESMEDIDO AMOR
Quero a gênesis do verbo antes do Egito,
Para dizer de um jeito nunca dito!
Do modo mais rudimentar e primitivo,
Deste amor desmedido que me faz cativo!
Não quero palavras por tantas bocas repisadas,
Não quero declarações pelo tempo desgastadas!
Nem as juras de amores vãos, mornos,doentios...
Quero os versos loucos de poetas em desvarios!
Busco a perfeição da epigêneses do sopro divino,
Com grãos de estrelas e tantas luas do eu menino!
Numa mágica explosão policrômica do universo,
Meu coração aos pedaços sangrando versos!
Em uníssono uma alcateia em mim lhe chama
Na noite entre as ramas e arvoredos tudo ama!
Amor escuta os sons no silêncio do infinito...
Lobos em mim rasgando a lua em tantos gritos!