SOPRO DIVINO
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O vento tange a minha volta
Trás os redemoinhos que tiram meus pés do chão frio
Vento que rasga as costelas pra adentrar os pulmões
Vento empurra estrelas pra dentro do peito
Num frêmito
Arisco
Indômito
Sucumbo
Atônito
A lâmina rasga o ar
Me esvazia de mim porque tão cheio serei
Crasso engano pensar que posso reter-me
Nos sonhos que ainda sonharei
A alma tão ampla toca as extremidades
Na ânsia de ganhar tudo
O nada põe a perder-se
A hora da navalha e bisturi
Momento mais de estar do que partir
Gargalhei, sorri
Respiro
Inspiro
O sopro divino mesclou-se e refez
Enfim
É isso o que sou
O hálito divino
O sonho de Deus que um dia pensou materializar-se em mim
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A luz se espalha
Conquanto não se acaba
Só faz iluminar mais.
2305240745
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