ÉS...
És a subsunção que se amolda ao concreto
Concretude de um querer tão abstrato
És a minha certeza de um caminho reto
És a fluidez de um sentimento inato
A saudade tão estranha e tão imersa
Traz em essência a forma do teu rosto
E assim tua referência se dispersa
Como uma melancólica tarde de agosto
Fostes flores sazonais em meu dezembro
Primavera tão fugaz e sem devir
Talvez uma canção que sozinho relembro
Talvez na praia um delicado souvenir
Mas invade com a força das tormentas
Fica martelando sem aparente razão
Feito ponte sobre águas turbulentas
Vai aos poucos bagunçando o coração