TRAVESSIA

Sol de ocaso do meu viver

Outono da alma que se esvai

Primavera tardia a florescer

Tarde de outono sol posto

Janela da alma em contemplação

Sulcos vincados no meu rosto

Vinha de uma safra já no fim

Vinho especial para os amantes

Crisântemos ensaiam no jardim

Olhar ao longe filosofando

Perguntas tantas sem respostas

Areia dos meus dias entornando

Sonhos meninos fugidios

Remotos tempos em que se foram

Floresta algazarras de bugios

Poema inacabado que esvaece

Mãos senis crispadas em prece

Poente das ilusões perdidas

Longe um sino triste tangencia

Uma lágrima acaricia as rugas

Ocaso anunciando a travessia.

POETADOAMOR
Enviado por POETADOAMOR em 29/04/2024
Código do texto: T8052528
Classificação de conteúdo: seguro