Loucura ou razão?
Eu treino sempre pra morte
pra arte de bon vivant
à parte
na parte final da vida
caibo em todos os sonhos
e abuso de tais verdades
cativo às minhas vontades
que só a mim servem
vivo sem moderação
sem culpas nem piedade
sem medo, com rendição
sem lumens e sem poupanças
sem pompas nem obstruções
recuso o viver depois
minha alma veleja
sempre em mar aberto
de longe ou de perto
meu corpo é fechado
tenho um céu e um inferno
pra voar e cair
como der ou vier
não semeio angústias
de encontrar com a sorte
pois sei que na esquina
pode está a morte
a me espreitar
e a me desejar como seu banquete
qual um flerte
a vida é mesmo
consorte da morte
o medo é doença
a coragem é cura
viver e morrer
é a mesma aventura
o paraíso é só ilusão...
batizam a razão
com o nome loucura.