Corpos

Não me segure mais

Não me iluda

Uma fagulha incendeia

todo o corpo que te dei

e que o vento frio das suas palavras apagaram

As lembranças

tudo viram cinzas

e chove dentro de mim

tornando-se saudade

Cada gota me alaga

Minha seiva me condena

tão explicita quanto o aroma

de rosas

em seu corpo

O pólem é levado com o vento

Para que te traga ao meu caminho

retorne

em cada canto do meu corpo

tem sua digital

me envolvendo

me seduzindo firmemente

te desejo

Memória traidora,

Me faz prisioneira de tantos sentimentos

há tanta vontade em minha pele

em querer seus sussurros

seus estímulos

as minhas danças apocalípticas da luxuria

nos meus lençóis

meus gritos ecoam em labirintos mentais

de cada espaço da minha casa

que pude desejar sentir você

Não existe um cômodo sem teu nome

Não existe um centímetro do meu corpo

que não queira teu toque

Escravidão Submissão

que ainda espera seus arrepios.

Até me condenar a sentença final

nós

a união da carne e da alma

Não me segure mais

Não me iluda

Me possua

Me torne sua

Dory Mendonça
Enviado por Dory Mendonça em 29/03/2024
Reeditado em 29/03/2024
Código do texto: T8030727
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