Sede na fonte
Quando eu perfurei a parede
Com minha lança tão obtusa,
Num balanço brusco caí da rede.
Amarelo e azul (não deu verde)
Nessa tua mistura tão confusa,
Na fonte desejada matei a sede.
Da parede furada surge o nada,
Da rude lança a flexibilidade,
Na queda a valsa embalada.
Da mistura de cores outras cores,
Da confusão toda instabilidade,
Na sede insistente outros rumores.
E nos teus versos, a neutralidade
Põe em xeque antigos valores.