PARTE II – A CARTA
Então Nilson andou poucos metros e encontrou uma caixinha vermelha na areia da praia. Distoava com a brancura de todo resto. Estava aberta… e nela tinha um envelope com uma carta em letras que não eram adultas mas também não eram jovens demais.
Eu não vou esquecer
de você.
Mas não vou esquecer
porque sou poeta e não
posso esquecer aquelas
que amei demais…
Eu não vou esquecer
de você.
Mas você me esquecerá…
e esta sua caixinha vermelha
onde hoje guarda meus textos.
Irá pro lixo e tudo bem.
Pois, por mim…
Eu não vou esquecer
você.
O nome do poeta: ‘Henrique Britto’… “deve ser desconhecido…”. Por alguns segundos, Nilson viu em sua frente um casal de adolescentes abraços um ao outro, sentados na areia. O mar ali na frente eles quase não olhavam, não tiravam os olhos um do outro. "Eu não vou esquecer você…", ela disse. Ele respondeu sorrindo: "É claro que vai.". (…) Nilson esfregou os olhos e eles tinham desaparecido "Êta, visagem!". Voltou os olhos pra caixa… segurou a carta com ainda mais força. Sorriu largamente. "ESSA PRAIA É MÁGICA!"; há uns vinte minutos atrás, ainda no ônibus, Nilson era analfabeto...
[continua]