Viajantes de Andaluz

As sombras dançam na escuridão,

bailam nos contraturnos da noite,

em um entrelaçar na imensidão,

são atravessadas por feixes de luz,

buscando no silêncio a mansidão,

de viajantes que rumam à Andaluz,

oh, cigana não roube meu coração,

afugentarei no dedilhar do bandolim,

adentrando ao alcázar em oração,

longevo horizonte da sina espanhola,

cavaleiros, mouros, guerras e novelas,

perdendo-se no cadenciar da castanhola,

sigo a rota no mapa rabiscado no marfim,

sorvendo na bodega um Tempranillo,

da lucidez a embriaguez cor de carmim,

oh, caleidoscópios de rápida intensidade,

alucino com meus chorosos delírios,

caminhando na distinta subjetividade,

dê-me um copo com pura água cristalina,

preciso pacificar os desatinos de verão,

admirando os suaves passos da bailarina,

talvez eu seja o rei da transcendência,

quem sabe minha coroa ostente poesias,

para no ardor da vida achar resiliência...