INDELÉVEL AMOR
Torvelinho de sensações em mim destrama,
Me envolve,rodopia,me faz levitar...
Cada partícula em mim, por teu amor derrama...
Minh'alma é brisa noturna a te acariciar.
O amor em mim,sem medida, entorna;
Evapora e faz-se chuva para lhe banhar...
O desejo, a maciez do teu corpo adorna...
Como se fora raios de lua a lhe enfeitar.
Não sou mais,dissolvido, de ti me fiz substância;
Chuva que aos poucos se amaina,sensação de calor...
Corpo que molhado desprende doce fragrância...
Sentimento, broto rebento se abrindo em flor.
Olhar de não mais ver, nos teus perdidos;
Amor que adentra o portal de luz...
Inebriado amor, êxtase dos sentidos...
Luz do farol que em alto mar me conduz.
Não sou mais...na vastidão do amor disperso,
Amplexo dos corpos imersos no desejo...
Corpos feito feixe de plumas enlaçado em verso...
Lábios murmurantes...juras misturando lágrima e beijo.
Sou-te, em cada doce gemido virginal em mim;
Amante trêmula banhada de lua,suspira...
Sou-te, pele da tua pele com costura de cetim
Mãos cariciosas destravando sons da lira.
Amor que sublimado se fez gozo etéreo;
Paixão ardente nos corpos faz doce vigília...
Coro de anjos a entoar pelo espaço sidéreo
Poema molhado em mar Camões e Cecília.