Poema em série

Poema da métrica perfeita.
Da rima rarefeita.
Dentro da arquitetura da alma.

 

A palavra de prata se
encaixa no silêncio de ouro
com maestria e calma.
 

 

Ergue-se poema concreto
Cinza da cor do cinzento
Que se constrói de miragem
Como enigma secreto
repleto de fermento

 

A crescer por dentro
em ritual metafísico.
Um poema fictício.
Sem palavras ou gestos.
Feito de olhares  e sentimento.


Poema encharcado de mingau das almas
Batizado na bacia das almas
Inscrito feito tatuagem invisível
nas entrelinhas dos romances.

 

Poema do alto da torre
Vigia-te.
Atrela-te ao destino,
ao abismo à espreita
do primeiro passo,
do primeiro silêncio torpe.

 

Eis que o poema se
apresenta onipotente.
Onipresente.
Está em tudo e, em todos.
Nos toldos e no sol.
E, acanhado na sombra a
irrigar a semente 
que floresce numa

primavera proibida.


 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 10/12/2023
Reeditado em 10/12/2023
Código do texto: T7951096
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