NAVE ERRANTE

Na verdade a Terra está contaminada

por causa de seus moradores, porquanto

transgridem as leis, mudam os estatutos,

e quebram a Aliança Eterna. (Isaias 24:5)

Canto I – A Terra navega...

Na colossal morada

de esferas gigantes,

com outros navegantes

a Terra faz jornada...

Qual barco nos ares,

no espaço,... Errante!...

Em rota inconstante

navega esses mares!...

Quem está no timão

da nave nesses dias?

Por que as agonias

da tripulação?

Mas... que vejo?!! – O sofrimento!

A maldade reinando, ...consumada!

A Aliança de Elohim, o Pai, deixada

ao mais vil esquecimento!

Vejo também enrodilhada

a serpente ao mastro,

conduzindo o astro

na longa jornada...

Nave Errante! Nave Errante!

Que será de ti?

Quem será por ti

e por seus tripulantes?

...E vai pelas vagas

do grande oceano

e o PAI, no seu plano,

escreve tuas sagas!...

Canto II – Questionamentos

Nesta nave sidérea

que será da esperança

da minguada criança

com tanta miséria?

Que será dos aflitos

nas populações

Que será das nações

ao som de tantos gritos?

Que virá pelos anos

aos pequenos da Terra?

Morrerão nesta guerra

de homens insanos,

nesta nave que erra

em mãos de tiranos?

Que será do salário

do poviléu mais pobre

se o homem do “cobre”

despoja o operário?

Que será da certeza

no incerto amanhã

se a espera é tão vã

de ter mais pão na mesa?

Que será das escolas

dos dias futuros

sujeitas a “muros”

debaixo de cartolas?

Ó nave sideral,

que será do teu rumo

se o PAI não por o prumo

e exorcizar teu mal?

Que será das cidades

vestidas de sangue

se é da corte a gang

das “caponeidades”?

Que será da luxúria

nos camarins de Baco

se ao grito do fraco

acompanhar a fúria?

Se a fúria violenta

matar a serpente?

Se a espada valente

dançar na tormenta?

Se o regresso se der

da mais virgem mulher?

Se a Luz na montanha

novamente brilhar?

Então,...

...Que será da canção?

Que será do vinho?

Que será do homem

no seu farto ninho?

Que será da paixão

do falaz eloquente

se for morta a serpente

do seu frio coração?

Que será das sementes

dos lobos-senhores

se na “casa de horrores”

produzem indigentes?

Que será desta nave

que no espaço erra?

Que será do homem?

Que será da Terra?

Que será do homem

– átomo da Fera?

Que será da mãe

que seu filho espera?

Que será do irmão

sozinho lá fora

se o amor foi embora

vestido de batom?

Que será da Aliança

já tão esquecida?

Que será do feto?

Que será da vida?

Nesta nave sidérea

que será das crianças?

...e das esperanças

com tanta miséria?

Canto III – A Profecia

...Mas virá do deserto

a resposta correta.

A palavra do alto

na voz de um profeta.

...E homens irão

refazendo as jornadas,

destruindo altares,

restaurando moradas...

– navegando outros mares!...

S. Garcia Vilches (17/02/1995)

Obs: 1) Homem do “cobre”: dono do

dinheiro, capitalista.

2) “muros”: quem tem o poder político

mas se interpõe, pela indiferença,

à educação, saúde, etc.

3) “caponeidades”: de Al Capone, o

gangster.

Sidnei Garcia Vilches
Enviado por Sidnei Garcia Vilches em 30/11/2023
Código do texto: T7944190
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