no fim dos campos verdes

“... perguntai pelas veredas antigas,

qual é o bom caminho, e andai por ele,

e acharei descanso para as vossas almas”

(Jeremias 6:16)

não sei o que é

que a vista divisa

e a alma requer

no fim dos campos verdes

essas emanações

esses pontos indistintos

esses vestígios diários...

eu sinto minha tarde

(meu século cansado)

em fuga apressada

saindo de um dia numa fresta de luz

saindo de um dia num vagão antigo

para dormir serena

no berço do tempo

eu sinto as raízes

de gerações remotas

querendo brotar debaixo das cinzas

e eu planto esperanças em montes e vales

sinto brotar poesias das terras cansadas

e renasço

sinto que germina vida na relva da tarde

e renasço

bebo do leite das fontes sagradas

e renasço

bebo do verde do azul bebo do Espírito...

e refloresço – carvalho de Castela –

e o meu cajado divisa o horizonte

e eu me estendo... me imenso....

me infinito...

e me adorno de aurora e de

amplidão!...

Sidnei Garcia Vilches. (17/06/2004)