A HORA DAS LEMBRANÇAS
Povoa minha alma a hora das lembranças.
Senta-se à minha mesa,
estufa o peito e me pisa.
Nessa hora sou folha em branco,
incapaz de palavra,
armadura de lágrima;
à criança interior, infiel.
Descubram-se os espelhos,
os semblantes das fotos,
rasgue-se o sorriso de papel.
Nada é novo dentro do velho.
Tudo é lágrima que volta
às lembranças que evolaram-se
lá das bandas do céu.
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