A Mãe que não sabe que foi escolhida por Deus...
A Mãe eterniza em seu proprio ser ,
a perda de um filho querido;
é dor... sofrimento que resta enquanto viver,
a lembrança do que for vivido...
A Mãe, então não se troca pela derrota,
ruge em seu peito a voz da justiça,
d’alma o clamor então brota,
para lutar com força maciça...
Quem não sofre não sabe dizer
com palavras, descrever a emoção...
Quem está na pele parece crer,
nunca mais recompor o coração...
Isto não é uma estória, é um fato,
consumado pelo desamor do alheio;
destruir uma vida com um ato,
partindo um coração ao meio...
É natural que a pose tão sofrida,
pela inopinada violência,
persista, caminhe pela vida,
consumindo toda inocência...
Quem tira a vida do filho,
também fere a Mãe mortalmente,
pois como em uma espiga de milho,
eles são sabugo e semente...
Mas tudo na vida tem causa efeito;
a morte que não se espera e apenas vem,
gera primeiro a vingança, sem jeito,
depois se transforma em alguém...
Isto apena é um chamado, não um adeus,
é um até breve de um filho que parte,
para encontrar-se com Deus,
utilizando sua própria arte...
Deus dá o cobertor conforme o frio,
não por castigo, mas por confiança.
Não semeia vidas no vazio,
mas só onde pode haver esperança...
Todo ser que parte em direção à nova morada,
deve seguir sempre aprendendo na nova vida,
Chorar os mortos não resolve nada,
apenas atrasa sua partida...
Portanto chore enquanto der vontade;
sem desejar aquela Alma prender,
Mas respeito a liberdade ...
Qde quem precisa Renascer...
Seu papel nesta vida é propiciar,
vida aos filhos que Deus lhe der,
Ele lhe dá o direito de criar,
Seu filho enquanto viver...
Lutar contra este destino é a pior vingança,
é revoltar-se contra o Criador e sua Obra,
que vive na Fé e Esperança,
e que pela sua vida nada lhe cobra...
Por que então querer cobrar de Deus um destino,
como se a vida ja não fosse uma graça,
que deve ser seguida não importa o desatino,
ser Mãe de um filho que Deus levou... não é desgraça...
Ao Criador os bons filhos retornam,
os mais queridos mais brevemente,
outros que não crêem, e não se conformam,
demoram mais a virar semente...
No limite da sabedoria e do sofrimento,
toda Mãe acha o caminho certo,
apenas não pare, insista, persista em movimento,
tudo se ajeitará dentro deste peito aberto...
Todavia se insistir em resumir a vida,
como uma propriedade sua,
sua missão nunca será cumprida,
sua casa será sempre na rua...
A rua tem voz, tem dilema,
consumirá sua Alma primeiro,
aprisionará você pelo seu lema,
até o dia derradeiro...
E, o derradeiro dia não é um dia certo,
é um certo dia que você não conseguirá morrer,
porque apenas nunca caminhou perto,
do que existe e do que se deve viver...
Acalma com este seu peito a vingança,
não transforme a caminhada de seu filho em nada,
ele lutou para conquistar a esperança,
de encontrar logo a nova morada...