LOUCURA DE ARTISTA
Achei-me hoje numa freqüência diferente.
Numa frequencia intermitente,
Que contradiz o próprio nome;
Um tal freqüência infrequente
De quem sonha sonhos impossíveis.
Sonhei com a inquietude de criar fazendo Arte:
- Foi como ter Nela uma parte de mim mesma
Sempre latente, como um desejo
Ou uma ferida aberta...
Achei-me na frequência da roda gigante,
Girei na cabeça dos ébrios e dos loucos
Me embriaguei na fonte do Belo,
- Ela era vermelha, redonda,
Se escondia e fazia graça
Na cara do palhaço...
Fiz e me desfiz em caos e loucura,
-Elementos que me apareceram como um só
- unidade dupla-
Desvairios que se reviravam e remexiam
Nos compassos sem compasso
Oriundos dos sentidos (cinco ou seis)
Saltitando e gritando na alma
E pulando sem mais cerimônias do papel
Para o corpo do ator ...
Achei-me na freqüente aventura de buscar o novo
Vivendo com a alma a sorrir
A inquietude insatisfeita
Para me satisfazer com a própria criação.
E descobri ser privilégio do louco-artista
Se entregar aos seus trabalhos,
Transformar em Obra de Arte
O que só se vê em quimeras
E assim, roubar pedaços do céu...
Minha freqüência gira em torno do intocável.
Olhando coisas opacas, vou gerar sonhos iluminados
E parir estrelas.