LOUCURA DE ARTISTA

Achei-me hoje numa freqüência diferente.

Numa frequencia intermitente,

Que contradiz o próprio nome;

Um tal freqüência infrequente

De quem sonha sonhos impossíveis.

Sonhei com a inquietude de criar fazendo Arte:

- Foi como ter Nela uma parte de mim mesma

Sempre latente, como um desejo

Ou uma ferida aberta...

Achei-me na frequência da roda gigante,

Girei na cabeça dos ébrios e dos loucos

Me embriaguei na fonte do Belo,

- Ela era vermelha, redonda,

Se escondia e fazia graça

Na cara do palhaço...

Fiz e me desfiz em caos e loucura,

-Elementos que me apareceram como um só

- unidade dupla-

Desvairios que se reviravam e remexiam

Nos compassos sem compasso

Oriundos dos sentidos (cinco ou seis)

Saltitando e gritando na alma

E pulando sem mais cerimônias do papel

Para o corpo do ator ...

Achei-me na freqüente aventura de buscar o novo

Vivendo com a alma a sorrir

A inquietude insatisfeita

Para me satisfazer com a própria criação.

E descobri ser privilégio do louco-artista

Se entregar aos seus trabalhos,

Transformar em Obra de Arte

O que só se vê em quimeras

E assim, roubar pedaços do céu...

Minha freqüência gira em torno do intocável.

Olhando coisas opacas, vou gerar sonhos iluminados

E parir estrelas.

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 21/12/2007
Reeditado em 23/12/2007
Código do texto: T787327
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