QUIMERA


Colho rosas como quem rouba estrelas do Olimpo
e enternece o tempo com gotas de pétalas.
Ando por sobre as nuvens e confecciono almofadas
para os anjos que voejam em derredor de meu sorriso

Não obedeço à Lei da Gravidade nem sigo teoremas
complexos como a cabeça da Hidra horrorosa
Por mim, ofereceria flores a cada assassino das águas
e eles entenderiam a grande importância dos mananciais

Não quero sorrisos falsos em rostos desfigurados
pela dor de não saber amar, de desconhecer a ternura
Eu planto árvores como quem semeia ansioso a vida
e deseja que as criancinhas não pereçam pela indiferença

Quem dera se as flores fossem oceanos plácidos
onde a ilusão se transformasse em plangente realidade
e o temor desse lugar à fraternidade mais enternecedora,
à mais linda e acolhedora de todas as Passárgadas

Fosse meu o Universo, em cada centímetro quadrado
eu armaria ciladas para laçar o melhor sentimento humano,
captar o perfeito ângulo do mais belo sorriso feminino
e guardar a pureza da mais cândida inocência infantil




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Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 19/12/2007
Reeditado em 08/07/2008
Código do texto: T784106
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