MEDO DE OLHAR

Olhar nos teus olhos,

Ver-te de perto, além da razão,

A partir da tua alma, sentir a emoção.

Sentir-te!

Contemplar tua beleza, em plena visão.

Não negaste esse 'Desejo' tão forte,

Mas fui eu quem o trancou,

Tentei lutar, mas falhei...

E como tentei, sem saber o que sou!

Desespero!

É difícil manter aparências fragmentadas,

Feitas neste mundo de verdades forjadas.

Pedaços sociais que moldam gestos e palavras,

Um corpo movido à razão, onde tudo se trava.

Convenção social!

Palavras lançadas ao vento, sem direção,

O inconsciente, guiado pelo mais puro 'Desejo',

Tenta expandir-se, sem limitação,

Quer ser simplesmente EU, sem restrição.

Por que não o fiz?

Medo do novo, de viver ou sentir?

De promessas feitas ao acaso, sem pensar?

Já não sei o que em mim há de persistir.

Fujo para longe, onde a razão me guarda,

Neste espaço seguro, sem medo que me tarda.

Ali posso viver meus devaneios diários,

Ser EU em um mundo de 'Desejos' e 'Lamentações' imaginários.

Sentir-me-ei 'Bem', temporária ilusão,

Neste mundo deserto, sem qualquer emoção.

E, talvez, livre como sou,

Será que é isso o que desejo, afinal?

Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 13/07/2023
Reeditado em 02/09/2024
Código do texto: T7836057
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