EU DIRIA
Eu diria
que pelos campos
tremem minhas mãos
ao colher as angústias
desse meu coração.
Mas eu diria
que bebo dessa água
sagrada
porque ainda conservo a alma
transparente
e um sorriso remanescente
de infância preservada.
Eu diria
que sou leal às minhas estrelas
às sombras dos anjos
desveladas
quando a noite me surpreende
assim, meio desamparada.
Talvez minhas falas
tenham séculos
de regressos
ao que a Deus sempre peço
em amor, paz e compreensão.
Mas eu prosseguirei na lida
enquanto em mim
não houver sono e sim vida,
pois o brilho dos meus olhos
é meu escudo, meu bordão.
E nessa tua canção eu me firmo
como se tu te fizesses um sino
pra sagradamente
acordar meu coração.