preso nas agruras do tempo
Nem mesmo o infame tormento,
Consegue dissipar,
O intrépido e imponderável tempo.
Ele joga um jogo sujo,
Impõe suas regras rígidas como pedra,
E triunfa a cada aurora que se anuncia.
O tempo tem seus meandros intrínsecos,
Particularidades atônitas,
E detalhes que escapam à razão.
Sim, é insopitável que ele passa,
Esvai-se como à água corredeira,
Não espera nem a sombra altaneira.
Ele nos prende junto às suas garras ferozes,
Perdemo-nos em seus labirintos ignominiosos,
Sem saída resta ficar cerceado na sua atmosfera.
O tempo é algo que foge à materialidade vã,
Faz morada na pura abstração dimensional,
Algo que, sabe-se dizer; mas não se sabe explicar.