HYDRA
Inimigas são as horas
Entre o tempo e o espaço de flutuar
Estende as mãos e colhe botões interrompidos do que nunca serão flores plenas
O tempo para
Na primavera serena, ela espera pra entrar em cena
Quase uma folha no galho daquilo que viria a ser: verbena flor é apenas
Flor-morena
Ou azul-céu... quem sabe?
A estação das eras encerra o que nunca deveria ser um início
Senão uma dúvida entre os meios que os finais não justificam
Depois de tantos receios
Caudalosa como raio que precipita pra adentrar a terra
Atônita vontade de ser fera
A carne dilacera alimentando guerras
O pulo entre o vazio e a Indescritível Sensação do ser
Sede
A mesma água que dessedenta
faz brotar rios e afoga a mente
Chove
Mas não totalmente...
E pingam versos displicentes
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