Lua Amaranto

Lua Amaranto

Delasnieve Daspet

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Visitando a Kenia. Vigésimo andar.

Lágrimas, de chuva, escorrem pelas vidraças.

Aos meus pés, a cidade morta.

As chamas das luminárias oscilam nos postes.

Os carros, carpideiras, choram

Canções de despedida.

Longe, ainda percebo, os últimos raios dourados,

Do coadjuvante que sai de cena

Para a chegada da atriz principal,

Que ainda descansa nos camarins.

De repente, em cores secas, esvoaçantes,

Luxúria em seda, amaranto,

Chega a Lua, em todas as frestas.

Muda a cor do mar.

As matas se prateiam.

As flores da noite, lânguidas, se abrem.

O homem, se desarma, dos segredos d´alma,

A Terra se rende ao luar.

05.04.23