EXTASESTÁTICO
Brilham esferas de vidro
O abstrato e o muro
Forjam explosões e estrelas
Uma rachadura progride dividindo as ideias
Entre a insensatez e o furo
E a fúria de ideias cresceu enchendo a vertigem e o mundo
Aquilo que não era pronunciado
Mas se ouviu um grito em meio aos sussurros
Aquilo que era verdadeiro dissimulava perfídia
Entre o espaço de absurdos
O que fugiu da cabeça dos pensadores
Ficou mesclado em outros rumos e estradas
Um estranho e irreal pensamento orbita a atmosfera do cérebro
Ninguém há de pousar nesse inóspito meteoro
Nem ali encontrar degredo
Agora há uma infinidade de destinos na encruzilhada das escolhas
Será dificuldade, se no ápice da maturidade, eu escolher ser um menino?
Creio na passional loucura de viver
Tanto em ser levado pelas correntezas da vida
Como de queda em queda levantar-se sem cair de novo
Agora há a dualidade das meias verdades que se omitem
Argumento enfático dos iracundos lacaios da mentira
E por assim dizer o convencimento se esvaiu em fraqueza
Deixam-se o restolho e a palha se transformarem em vapor pelo olhar das labaredas
Despedem-se do concreto escuro dos mortais
E se vão através dos portais
As idéias que depois retornam
A retro-canal epopéia
De proporções infinitesimais
Que depois de plantada germina no jardim da alma
Daninha e miraculosa (sincronicamente)
A ideia infinita que se esvai
Da mão caligráfica pra nuvem branca de papel
Manchada de sangue tinto azul
Hoje acordei de palavras nauseado
Só me resta agora expulsá-las
Pra depois tornar a sorvê-las
No escrever transe-hipno-extasiado
Liripoeto-versicoxclamado
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