OBSCURIDAD
Pinto teu corpo etéreo
Transfazendo-se em cristal
A enrubescida rosa dos tempos
Aqui estou eu
Artista efêmero das aquarelas
Que se apagam no papel
Constrangido de tanto ter vivido na tela
O panorama multicromático
De fogo estampado nas eras
Brilham na trama dos fios
E a intenção mais voluptuosa
Que o cair das maresias
E o céu no teto da tapera
Esse dia distante nunca chegará
Nem os sussurros indesejados da mágoa depauperada
Ensejo, ânsias e lágrimas
Porvir ansioso que espero
Me traspassam madrugadas
Era necessária uma prece
A canção dos desesperados
Alegria primeira e o último recurso
Quem dera fosse o emergente desejo
Mostrando gloriosa vista
A concepção chamada à existêncial sapiência
Dos poetas que existiram fazendo refulgir sua luz na obscura treva
3103232008