Versos lucidamente incoerentes
A luz do escuro sempre brilhava
No canto do círculo quadrado;
O peixe, pelos céus, feliz voava,
E a água, na lareira, queimava.
As nuvens riam alto dentro do solo,
Enquanto o sol chorava em meu colo,
Os pássaros dançavam, alegres, no chão
E as formigas salmodiavam um sermão.
As árvores cantam alegremente,
E o vento geme uma canção triste;
As pedras uivam tudo o que existe,
E as lágrimas riam de si, veementes.
O tempo corria pelo rio ao contrário,
À medida que o espaço se quebrava.
Os espelhos refletem todos os vazios,
E o silêncio, aos berros, aos céus gritava!
Nada é tudo nesta doida vida,
Mas tudo parece tão belo e certo...
A loucura é a lucidez por certo,
E a sanidade é a estupidez dividida.
No final de tudo, resta apenas o nada,
Pois o nada é o todo de nossas estradas.