Inflexão
Um rasgo leva luz
O orbe atravessa
Tons agudos cristalinos
Repousam já sem pressa
O reflexo do canário
Por janela transversal
Envolve a transparência
Do silêncio primordial
Película é flácida
O acrílico endurece
Espasmos contrações
Olhar ocre entristece
Brilho índigo de cima
Desabrocha cada pétala
Carne mole ensanguentada
Deixa ir por uma prece
Constância celeste
O louro na regência
De dentro para fora
Carregado na aparência
Com tempo sem espaço
Assoalho a pisar
No assento acolchoado
O calcário a esparramar
Entre azul e amarelo
Pedras fogem aparecendo
Deitado numa cama
O corpo quase morrendo