PRECE DE NATAL

PRECE DE NATAL

Perdoa-me Senhor por às vezes me queixar

De alguma dor ainda que passageira

Que me possa tolher o andar mais ligeiro,

Quando há tanta gente sem as próprias pernas

E que não desistem de caminhar.

Desculpai-me se acaso me entristecer

Por não poder comprar o carro do ano;

Quando há tanto ser humano

Cuja única propriedade sua

É o carrinho feito de remendos,

Onde carregam o lixo da rua

Única fonte de sustento

De suas vidas inumanas.

Perdoa-me ainda se às vezes

Achar injusto,

Quando num momento de felicidade

Maior,

Se me ponho a pensar

Que a vida bem poderia ser

Um contínuo amanhecer;

Sem a sombra da morte a pairar

Sobre minha cabeça,

Quando há milhões de vidas

Interrompidas,

Antes mesmo de nascer.

Não te entristeças doce Menino, se às vezes

Eu sinto a falta de amigos;

Quando puseste em meu caminho

Tanta gente a quem neguei meu carinho,

E, ainda assim,

Continuam a gostar de mim.

Ah! doce Menino Jesus

Que nasces a cada Natal,

Acaba com o ódio, com o mal;

Traz a paz anunciada pelos anjos dos céus,

Faze que brilhe novamente a luz

Da estrela de Belém

Sobre a Terra,

Amém.

16.12. 2006

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 10/12/2007
Código do texto: T772605