Canção Celestial do Ser Supremo!
Canto I
Grandíloqua canção de amor a mim
Cantada em voz dulcíssima de arcanjos
Em grupos de corais celestiais!
Cantam-me o querubim e o serafim
Solene sinfonia arcana d’anjos!
Por seres um dos seres que adorais
Os sóis que assim o sois-me angelicais!
D’escrito o eterno é belo e a arte o perdura
Na obra da partitura!
A obra-prima e a autoria e a orquestra! – Vós
O invocais na capela
E a essência em si o espírito a revela!
No vale o vosso verbo vale a voz
Da oração que enuncia
A mensagem além da profecia!
Canto II
O Apocalipse e Gênesis de um Canto!
Louvores! Hinos! Cânticos! Cantar
Os Salmos! Segui-lo-eis sempre os cantando!
Encantado-me em face e o teu encanto
De belíssima voz sempre a encantar!
Este pêndulo hipnótico encantando...
Mesmeriza-me o mesmo brado brando...
Mal, tu me chamas... Mal! E eis-me encantado!
Perdido-me e encontrado...
No crepúsculo a estrela a alvorecer
As trevas e embeleza
Simétrica em si métrica em beleza!
Tu seres através dos seres! – Ser
Das estrelas os sóis
Que ilumina-me o escuro o qual vós sois!
Canto III
Constelações de inúmeras estrelas
No obscuro cosmos desde o escuro vinhas
De um distante lugar de um tempo outrora!
Recito o meu concerto das capelas
E há louvores de mil vozes sozinhas
No espaço junto a mim nesta ímpar hora!
Quem te louva! Quem te ama! Quem te adora!
Dar-me-ia o doce Amor meu privilégio
De vosso sortilégio?
Devoto ao vosso oráculo do Amor!
Ser-vos os vossos servos!
Vosso escravo aos desejos poder ser-vos!
Senhor-Rei! Vossa Alteza! Por favor,
Suplico-te bondade,
Humildemente, Vossa Majestade!
Canto IV
O altar real de um templo melancólico
Em que impera a tristeza e o sofrimento
Permanentes, conforme a lenda reza...
Divino e ao mesmo tempo é-me diabólico
As imagens gravadas no memento
São das gravuras áureas de nobreza
Das quais herdei da herança da realeza...
Compareço ao quimérico concerto
Contemplando de perto
O evento das mais íntegras das eras
De imponentes histórias...
Muitas são as lembranças e as memórias
Dos mais longínquos sonhos que tiveras
Em sonos vespertinos
Presentes nos escritos dos destinos...
Canto V
Melódico o instrumento e a sinfonia
Magnífica que vem no fundo d’alma
E no âmago do espírito a emoção!
A freqüência sonora de eufonia
Misteriosa e mística que acalma
Os sentidos que sempre encontrarão
As vozes que jamais serão em vão!
O espelho do silêncio em meu reflexo
Do andamento complexo...
Misticismo esotérico astral quântico.
A indagação da essência
Permite-me a resposta da existência:
O alto ocultismo hermético e o astral cântico.
Um Maluco! Um Insano!
Louco! Doido! Refrete o Céu e o Oceano!
Canto VI
Normalmente reflete a terra o céu
Conforme as regras dest’arte ancestral!
Revela-se a excelência em um diverso
Conjunto de cristais que converteu
Os cosmos desta casta catedral
De astros em elisão neste universo
De galáxias à estrofe em cada verso!
As pétalas preciosas no palácio
São das flores de Lácio!
Subitamente o solo mais sublime
Surge acima das águas!
Dissipadas as lágrimas de mágoas...
Rebela a epifania o alvo em mim! – Vi-me
Em face do Divino!
Eis o Homem! Homenagem do Horror! – Hino!
Canto VII
Hino hediondo ofertei-vos, Deus algoz!
Sinto que meu castigo se aproxima,
Porque já não estais mais tão distante...
Um julgamento justo a mim, o atroz!
Eu, de tudo e de todos sempre acima,
O arrogante e soberbo rei durante
Reinado em meu império triunfante!
Sangue azul e absoluto em mim proclama
Senhor de minha trama!
Dinastia e linhagem do emblemático
Escolhido ao tesouro:
Tenho-me a lunar prata e o solar ouro!
Contudo eu permaneço sorumbático
Perante os vis indícios
Pertencente em meus próprios artifícios...
Canto VIII
Anjo de Morte! O Grande Rei do Inferno!
Dragão Demônio-Deus! Senhor dos Mortos!
Tartárico! Infernal! Chamas do Estio!
Arcturo Solar! Tártaro do Inverno!
Magma dos magnos mares destes portos
Purpúreos platinados pelo frio
As névoas de neblina a neve esfrio!
Vulcão! Lava! Erupção de gelo antártico!
Prossegue o mártir ártico
Na escuridão das trevas desta trilha!
Sempre severo e rígido
Em minha vida o enredo segue frígido!
A estrela reluzente o fogo brilha
Os pontos nesta elipse!
Alvura e escuridão de um belo eclipse...
Canto IX
Os espinhos dos montes e montanhas
São-me um hostil caminho árduo e soturno!...
Faço de minha dor a minha crença
E a procissão de fé no céu noturno!...
Sacrifício e oferend’alma é tamanha
Que oferto o sangue à vossa indiferença,
Mesmo que eu nunca ganhe e nunca vença!...
Resta-me a redenção que me resigne
No humilde homem insigne
E aceito o meu destino mais obscuro!
Mesmo em última instância,
Pois nada substitui plena substância!
Rezo e faço oração no templo escuro
De antigo monastério
Repleto de segredo e de mistério...
Canto X
Vivo em um plano efêmero e terreno,
Ou morto em dimensão de eterno mundo;
Tenho-me a convicção, e em mim vertigem.
A harmonia provém de estado pleno:
De mundo raso e inferno mais profundo.
As cinzas de um epílogo a fuligem
Tornar-me-ão no áureo prólogo da origem...
Pedidos de perdão e as mil desculpas
Em infinitas culpas!
Perdoai meus pecados, Deus Clemente!
Gárgula e Demoníaco!
O início, o meio e o fim paradisíaco!
Bárbaro! Belo! Bom! Benevolente!
Deus! Amo! Adoro! Temo!
Canção Celestial do Ser Supremo!
(Bhrunovsky Lendarious)