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Sem rumo!

 

Eu sou as ondas que quebram no mar,

Vento forte que traz a tempestade.

A canção que ninguém soube cantar

O pranto que restou de uma saudade!

 

Eu sou o Anjo que chegou à Terra

E contra todo o mal se rebelou.

Sou o coração que todo sonho encerra

E que ninguém jamais sonhar, ousou!

 

Sou aquela lua que, diligente

Vaga em noites escuras no infinito.

Perdida em sua estrada e, silente,

Abafa na dormência o próprio grito!

 

Eu sou o espírito jovem, inquieto,

Que não reconhece a sua morada.

E onde quer que vá, nada é completo

Por ter su’alma pra sempre marcada,

 

Meu coração por vezes indolente

Já não suporta tantos devaneios...

Os pensamentos vãos, remanescentes,

Encaram-me como sonhos alheios!

 

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