Despedida
Despedida.
Delasnieve Daspet
.
Chega a noite ao longe, esdrúxula.
Desce com seu manto e cobre a terra.
Nas paredes oscila a luz bruxuleante.
Hora da última colheita conforme o plantio.
As sementes não se decompõem. Ficam armazenadas.
O que acontecerá? Faltarão alimentos?
Um cataclismo?
Sou imaginária do tempo.
Nada está igual.
Em revoada, as andorinhas fogem da estiagem.
A minha frente, apenas sombras.
Sou Alfa, serva do vento,
Na madrugada de pálida luz,
Despeço-me de mim.
Meu amanhã é agora.
Parto.
Vou embora, também!
05.01.23