NADA INFINITO

Queria amar o meu nada,

o vazio visceral que me habita.

Bem como, amar o nada do outro, o ego fétido distanciado da essência.

Pois, amo a paz e sua poesia,

amo uma fração do real:

a pétala, a íris, o sol no fim de tarde.

Assim, busco o que amo e tenho aversão ao que não amo.

E Deus me ambiciona todo,

inteiramente Ele e eu.

E Deus quer que eu ame todos:

a hóstia e o naco em bolor,

o sorriso e a chaga.

Quando eu amar o meu nada,

serei infinito e livre.

Porque não terei medo dele.

-Rafael Vieira

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 01/02/2023
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