ONTEM...

Ontem te escrevia

Como aqueles dias mortos

Em que eu mesma adormecia

Como quem suscita vida

Entre o rio e a ancoragem

Um pescador e a rede

De lamentos e águas paradas

Em mim ressucitam momentos

Os dias, as horas

Concreto e o abstrato

Visões da alma nublada

O corpo e seus espasmos metódicos

Sensações das horas roubadas

De dias não vindos ainda

E uma certa cor de inspirações exauridas

Como a estrela que morre

Supernova de alma aflita

Feito canção que discorre

Igual fluir de razões

Circula o sangue na escrita

Um modo exato de perceber as sensações

De alçar amor asa vôo

E medos que não convém a quem está prestes a saltar no mergulho

Contudo o que mais almejamos

São esses sonhos permanentes

Que adentram a alma burlando a realidade

São esses sonhos selvagens

Impenetráveis

Que sentem o animal que ronda

Frio, insensatez e coragem

Alana Linton
Enviado por Alana Linton em 29/01/2023
Código do texto: T7706472
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