AVASSALADORA
Vendo-me, quem sou?
A semelhança das dores e névoas me assemelho
Viajante das eras, percorrendo o mundo no mergulho de mim mesma
Não tenho face
Nem forma definida
Nos reflexos em que apareço
Sou assim
Meio e fim dos recomeços
Talvez seria assim
Se eu não fosse solidão displicente
E uma visão negligente a mais
Olhos que almejam, reais
Ter assim, asas de um anjo
Diferentes e celestiais
Hoje repito águas que passaram
E romperam moinhos
De horizontes assim desenhados
E o clamor no peito era distinto
E inunda o sentimento do fulgor que era meu
Canto, vida, ardor que consumia
Queres saber o quê ainda?
Incertezas me consomem
E um adeus...