MULHER ÁGUA AMAR
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Águas se fazem de rio
Me faço de águas que rompem
Desastrosas
Leve, líquida, flui em seus desígnios
Meu caminho é profundo leito
Redescobrindo no tempo auroras
Fluída e perigosa
Se for preciso destruir barragens
Se for preciso apreciar da margem
Apenas
Rememorar as águas ao lembrá-las
E no toque, afeto
Reflexo, ondulações e vagas
E sendo mar me fingir de rio
Suas lendas ancoradas
E frio
Do frescor d'água
Precisa também ser um riso aberto
Claro e cristalino
Que não considera curvas
Mas que faz próprio o seu caminho
Na calma e rugir das águas
Ah... quem dera ser água livre
Chuva colorida de arco-íris
E meu canto-remanso ia ser imensidão de mesclar-se nas águas
E ser canto e eu mesma
Fluida, diluída, dissolvida
No amor que me avassala
E haverá todo encanto de ser mais água
E menos sede
Nem solidão que atrapalha
E eu seria toda água
Pra esvaziar-me - rio e mar
E preencher todo espaço
Inundar de amar
"Ó coração, me valha!"
E pulsa esse rio de há mar...
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