A SALVAÇÃO DA NAU IV

Enquanto isso a tormenta implacável

Castiga a nau de forma cruel,

Com chuva contínua e incessante

E nuvens carregadas no céu.

Navega-se entregue ao destino.

Não se enxerga um palmo adiante.

O horizonte há dias não se vê.

Somente enormes ondas pela frente.

Onde foram parar os nossos sonhos?

Em seu lugar agora só pesadelos.

Melhor que não tivéssemos sonhado

Aqueles sonhos para agora perdê-los.

E a guarda a quem tanto confiamos,

Ao perceber a tormenta deixou-nos ao léu.

Recolheu-se a reclusa da caserna

Deixando-nos ao destino do céu.

Desaba contínua a tempestade,

O povo da nau luta em sofreguidão,

Tentando evitar a todo custo

Que todo seu esforço seja em vão.

Enquanto lutam bravamente

Elevam preces a Deus:

Por que reservastes estes destino

Aos combalidos filhos teus?

Enquanto suporta firme a tempestade,

Vê-se a nau a cada dia enfraquecida.

Mas a cada hora há esperança

De que não sucumbamos nessa lida.

Seguem os esforços mesmo enfraquecidos,

Na esperança de que acabe essa sofreguidão.

Enquanto a luta for unida

A esperança não será só ilusão.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 15/01/2023
Código do texto: T7695605
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