EXISTÊNCIA
Escrevo-me na vidraças de uma vida invisível
Tantas vezes estilhaçada
Tentativas aquareladas de me expressar em qualquer cor
Um espectro etéreo barrado pelas paredes em meio aos ventos
Se evapora lentamente
Num dia foram fumaças
Queimadas de uns elementos
Vagueia em órbitas nulas
Planeta errante em queda
Será o chamado celeste?
Ou suas ponderações eternas?
Bastava pra meu castigo
Respostas não perguntadas
Mas a essência humana me corrompe
Bastava que eu me condensasse
Ser sólido
Feito de águas
E suas ondas que arrasam
E cantam silêncios
De minh'alma avassalada
O eco que repete
Da minha vida enclausurada