MORADA E DEMORADA

De ouvir o sentimento das máquinas

A solidão pelas casas

Tantos segredos absurdos

Não acreditava

E a silhueta na penumbra me contava

Que não se mora nos cômodos

Nem nas ruas

Nem nos quartos

O homem mora no homem

E louco de poder

Ambição de querer

Tenta colonizar a outros

Tenta seduzir com tantos

Que de muitos ficam poucos

O coração de metal que não pulsa

Enferrujou

Não tem óleo que dê jeito

Naufragou dentro do peito

O submarino sonar

Cada caso tem seus modos

E cada solidão seu ocaso

Cada morada (às vezes) cabem dois

Dois corações

Duas almas

Mas não se soma solidão

Que juntada uma à outra é só solidão e mais nada

E solidão compartilhada é companhia que muda

Não falava nada

Nem palavra ou disparada

E só

Ficou nisso, assim

Não tente pensar

Calar teu pensamento é impossível

Esse é o único dos silêncios ao qual o poeta não é imune

Vulnerável

E por ele é vencido o tempo todo

No seu silêncio reside um segredo

Impenetrável

3112221947

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 31/12/2022
Reeditado em 01/01/2023
Código do texto: T7684082
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