Carne Viva
Observo a sós
a lembrança da carne viva.
Toda a sua agonia...
Quanto é doída!
a resposta do corpo ao corpo
que lhe é (in)devido.
Fazer amor com as cinzas;
criar hábitos de fênix
mortalmente ferida.
Só para descobrir
qual espécie de segredo
guarda o animal que,
ainda vivo, beijado pelo fogo,
pôde renascer de novo, e de novo.
Mal consigo suportar...
Minha face lívida,
içada amargamente através
de águas compelidas.
Contudo,
é só o que é...
Minha alma-correnteza que uiva,
debatendo-se contra ruínas e fortalezas
diligentemente construídas
em genuína carne viva.