HERANÇA
Paira em mim esse amor que não descansa,
Que cavalga verozmente a procura do ser amado.
Quisera eu soltar-me das amarras da paixão,
Que dia a dia me levam por caminhos tortuosos.
Mas cá vivo eu, um prisioneiro insolente,
Que prefere mil vezes morrer de amor,
Do que viver na sombra errante de uma vida medíocre e torpe,
Permeada de desventuras e sentimentos vãos,
Encoberta pela débil capa que satisfaz os tolos.
Não viverei de amor, posto que este foi trocado pelas glórias momentâneas de uma fútil sociedade,
Mas viverei para amar,
Porque conjugando o verbo amar,
Viverei na eterna busca do que espera por mim.