POEMA QUE ESCORRE PELOS DEDOS
“Os homens passam encharcados
Os reflexos dos vultos curtos
Marcham o petit pavê...”
Mário de Andrade
Sob a dura tempestade
Passam encharcados
Os homens e suas sombras
- Procissão de almas, na noite sombria.
Eu canto e danço
Seguindo o meu caminho
Completamente inundada
Pelas águas celestes.
- Me esvoaço toda
Aos beijos do chuvisco
Que escorre de mim.
Quero escorrer também.
Minha sombra, por que se assombra?
Vou levar-te comigo.
Vou virar poça no meio da calçada
E me evaporar até a escuridão das nuvens!
Recife, 17/11/07