POEMA QUE ESCORRE PELOS DEDOS

“Os homens passam encharcados

Os reflexos dos vultos curtos

Marcham o petit pavê...”

Mário de Andrade

Sob a dura tempestade

Passam encharcados

Os homens e suas sombras

- Procissão de almas, na noite sombria.

Eu canto e danço

Seguindo o meu caminho

Completamente inundada

Pelas águas celestes.

- Me esvoaço toda

Aos beijos do chuvisco

Que escorre de mim.

Quero escorrer também.

Minha sombra, por que se assombra?

Vou levar-te comigo.

Vou virar poça no meio da calçada

E me evaporar até a escuridão das nuvens!

Recife, 17/11/07

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 05/12/2007
Reeditado em 11/04/2008
Código do texto: T765813
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