Poesia é Eucaristia
Então, finalmente... deitei-me com A Tempestade!
Shakespeare, perdão por mim terás?
Deveras! Inextricável é: Ilusão e Realidade...
Fusão e Mixórdia éramos, o nascimento do Visceral!
“Amálgama” somos espectros num espetáculo
Vernáculo ao Tabernáculo, um ritual Canibal...
Devoração mútua, na sangria da alegria!
Morria o Eu, nascia o Nós. Um Todo Solitário –
Tornei-me Vigário – Solidão Comunitária: poesia...
Possuído por uma Magia perene, Poção de Sangue!
Eucaristia, devore-me! Transforme-me!
Disforma-me em ti! Derretendo minha Langue...
Caminho lânguido, prostrado, em decomposição franca!
Decrépito fico, no Ávido, Vívido, Domingo.
Comigo, Contigo, Consigo? Não! Alma fraca...
Poesia é Eucaristia, criada, crida, na própria Eucaristia!
O Poeta-Sacrifício, e Sacerdote, Santo Ofício.
Sacrifício, também, Tu, Palavra! Eucaristia é Poesia...
Magia Encarnada, nos Verbos – Versos – Sangrentos!
Poemas – feitiços - são feitos com Logos Carmesim.
Sim! Cartas Vivas, em Carne e Sangue o Sacramento...