ALÉM DA JANELA
Você diz que eu não posso,
Sair dos destroços,
Dos ossos do ofício,
Da difícil realidade,
Da intimidade com o precipício,
Que eu não posso criar asas, voar...
Desafiar a gravidade,
Que eu não passo do mesmo lugar.
Você diz e eu te entendo até,
Você leva a vida como ele é,
Se conforma com a travessia,
Limitada, desalada, normal,
Eu não! Eu vivo entre o real,
E a balsâmica fantasia,
A poesia me completa,
Deixa minha alma repleta
De possibilidades,
Voar é uma delas,
Eu posso, eu voo além da janela,
Que emoldura o meu olhar,
Eu posso, eu sou poeta,
Sou um ser transcendental,
O firmamento é o meu quintal.
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LEVITANDO EM VERSOS
Derramo essências divinas,
Quando em versos, levito.
Pras cidades e campinas,
Levo amor nos escritos.
Nas orelhas, uns puxões,
Pra políticos ladrões,
Jogo a cada esquina.
Porque no bem, acredito,
Derramo essências divinas,
Quando em versos, levito.