Peregrina
Peregrina
No mar etéreo voa em meio às ondas luminosas
E seus eflúvios de tonalidades azul e violeta graciosas
Do espaço-tempo no tecido reverbera fulgurante e corporificado o toque
Que lhe questiona a austera e imponente existência
Com sua própria e inexplicável existência de agora
Te sinto na ponta dos meus dedos
Mesmo estando tão longe de você
Asas angelicais e perfume de brancas e vermelhas rosas
Delicadamente das pétalas a desprender-se e, deleitosa,
Brinco dançante com a essência do incenso em nuvem airosa
E a luz âmbar a brincar fosforeando pelo jardim de teus olhos
Mansamente fogosa
Refletida em mil partículas cristalinas como que apanhadas
Pelo filtro do Sol dos anjos da aurora
Teus olhos...
Teus olhos.
Fazem-se eles, então,
Meus inefáveis faróis do vespertino dourado em mantos de mel
Sedoso véu
Que pinta o céu
D'ouro da tarde majestosa.
(Gênnifer Gonçalves)