Porcelana
Porcelana
Delasnieve Daspet
.
Soprei a porcelana,
Que se desfez em fumaça,
Levadas pelo vento,
Aos desencantos sofridos.
O santo e a fera.
O criador e a criatura.
A pedra e o pó – sou eu!
Nas ruas nuas e amarelecidas
As folhas resitiram.
Os galhos e as folhas balançam.
Cumprem seu momento.
Abrigam-se sem nenhuma pele,
Sem pressa. Sem tempo.
Chega a primavera.
Diferentes das horas de agora.
Iniciam e findam a história,
Sepultada por folhas.
No cemitério das almas,
Repousa o véu da noite.
01.09.22