Dezembro
Edson Gonçalves Ferreira
Dezembro,
Lembro-me vestido de batina, sobrepeliz vermelha
Turíbulo na mão e o incenso invandindo a nave do Santuário
Eu tinha só cinco anos e Deus transfigurava em mim
Hoje, passo as mãos nos cabelos e penso
Talvez, não seja mais um filho tão querido Dele
Depois, relembro as palavras de um padre amigo meu
Você saiu do convento, mas o convento não saiu de você
E, então, sorrio apaziguado por Ele é magnânimo
Dos Céus, deve sorrir do poeta sentimental e atrapalhado
Que, por excesso de amar demais, peca
E pecar é tão bom!