A CHAVE QUE ILUMINA O PENSAR
Estou pequeno e magrelo,
mas meu coração alado tem lança:
estendo a lamparina destemido ante o pouso,
o repouso que equilibra o meu lado louco,
que equipondera a minha contraproa,
e a minha sede de sobrevoar o mundo,
que me lança ao desconhecido da dúvida.
Há a face pequena do outro lado da canoa,
o apegado abraço ao que já sei de desperto.
E a neblina sobre as águas escuras
me aponta o caminho rumo às trevas:
não as do inferno mistificado por doutrinas,
mas a escuridão de não saber e se lançar.
Quem se considera adulto
que atire a primeira pedra.
Pois não! Somos todos almas pequenas.
Quer mais sublime que a infância de uma inocência
quando a indagação é a maior filosofia:
a chave que ilumina o pensar?