KHÔRA
KHÔRA
Testemunho verdades, antes que elas se dissipem
No Tempo sem tempo da vida do náufrago
Testemunho os mal-estares, os distúrbios, os males
Coisas ruins lhe são impostas para ser vividas
Em sua real idade. Tenha a coragem de encarar
Reconhecer as verossimilhanças e veracidades
A metrópole vive a esconder o rio subterrâneo
Que a correnteza dos dias leva sem nostalgias
Motivações de viver que são esquecidas. Feridas
Abertas escondidas debaixo do tapete de ser
Fazemos de conta que não se as vê. Por quê???
Estar cara a cara com as próprias verdades, ehé,
Dá medo. Melhor mantê-las debaixo do tapete
Na sujeira dos segredos. Ser hábil no reservar
Às nuvens, lágrimas etéreas, astrais, E se permitir
Navegar entre os rochedos das versões. O temor
Apaga o farol que poderia iluminar o caminho
Que te afasta do impacto. Suas próprias rochas
Poderiam destroçar o Narciso que há em seu ego
Permita-se trazer à consciência sua, a particular
Idade de sua pólis perdida no poço sem fundo
Do estratagema e evasivos artifícios dela, senhora
Mercadoria. O silêncio não te envergonha, muito
Muito pelo contrário. Teus descendentes precisam
Saber quem são. Eles são maiores e melhores
Do que as canções pops do rádio. Eles precisam
De ajuda para saber quem é, quem são. Quem vai
Lhes ensinar a escutar a voz de seu interior???
Sua alma tem sempre alguma coisa que te importa
Ouvir dizer. É natural que na 1ª tentativa de ouvi-la
Não consigas compreendê-la. Não despreze nunca
Seus sonhos. Eles são uma oportunidade de se auto
Conhecer. Seu imaginário precisa adequar-se sim
À Realidade que não seja a do “salve-se quem puder”
Ao despertar lembre-se do oceano mundo sensível.
(P.S: Khôra (Chora): zona inexprimível que motiva
ideias, os sentidos e as noções do mundo sensitivo).